Há tantas Sépias Azuis quantas queiramos

1977, o ano do nascimento das sépias azuis / JR 2016

Pouca gente sabe e pouca gente acredita, mas há sépias azuis. Parece uma imposibilidade cromática, mas pode, por exemplo, ser o título de um folheto de memórias para as faunas que gostam de começar a noite a conversar ou até para um falso catálogo de uma exposição imaginária de pintura. Sépia Azul era uma expressão irónica de um velho tipógrafo que a usava para designar uma monocromia em tons de azul. Para quem, como eu, ousa, atrevidamente, aventurar-se pelas artes plásticas mas não perde um certo pudor, escrever e publicar um catálogo de uma exposição de pintura que jamais se realizará pode ser uma alternativa. É sempre um bom pretexto para outro texto.